Durante os últimos 25 anos, a tecnologia seguiu um caminho claro de evolução: desde uma digitalização básica até a automação e, mais recentemente, em direção a uma capacidade cognitiva cada vez mais avançada. A inteligência artificial generativa representou uma mudança de paradigma na forma de criar, analisar e resolver problemas. No entanto, o que está surgindo agora vai um passo além: sistemas de IA agente que não apenas respondem, mas também raciocinam, planejam, aprendem e agem de forma autônoma dentro de limites definidos.
Esse avanço representa um ponto de inflexão. A IA agente não apenas otimiza tarefas, mas transforma a própria natureza do trabalho. Já estão sendo observados sistemas que assumem funções complexas que exigem julgamento, coordenação e execução em múltiplas etapas. Longe de substituir as pessoas, ampliam suas capacidades: transformam indivíduos em equipes e, por sua vez, essas equipes em motores escaláveis de inovação.
O impacto já é visível em diversos setores. No âmbito financeiro, a inteligência artificial está aprimorando a tomada de decisões e gerando novas eficiências operacionais. Na saúde, contribui para diagnósticos mais precisos, reduz cargas administrativas e libera tempo para o atendimento direto ao paciente. Na indústria, na logística e nas infraestruturas, a IA abandona as telas e se expande para o mundo físico, impulsionando sistemas autônomos que reagem em tempo real ao seu ambiente.
O ritmo da mudança não apenas continua, mas se acelera. Diferentemente de outras revoluções tecnológicas, a inteligência artificial se retroalimenta a cada iteração. Os modelos evoluem não apenas por meio de melhorias de código, mas também através do aprendizado derivado dos dados, do uso e da interação. Essa dinâmica potencializa uma curva de desenvolvimento que supera até mesmo os padrões de crescimento projetados pela Lei de Moore.
Mas com esse progresso crescente também surge uma responsabilidade maior. À medida que os sistemas ganham capacidade, torna-se ainda mais urgente abordar questões éticas, de transparência, alinhamento e segurança. A prioridade deve continuar sendo um design centrado no ser humano, garantindo que a inteligência artificial seja utilizada para melhorar vidas e ampliar o bem-estar coletivo, e não apenas para maximizar lucros.
Mais do que artificial, essa inteligência se apresenta hoje como uma aliada do progresso humano. Dos laboratórios às clínicas, dos centros de decisão às linhas de produção, a inteligência artificial já se integra como um componente essencial do desenvolvimento. O futuro pertence àqueles que não apenas adotam essa tecnologia, mas a integram com intenção, critério e visão de longo prazo, utilizando-a como uma alavanca para desbloquear conhecimento, ampliar impacto e gerar valor sustentável.
Tribuna de Matt Cioppa, Portfolio Manager do Franklin Templeton Technology Fund.




