A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) autorizou a SL Tools a atuar como Mercado de Balcão Organizado (MBO), abrindo caminho para a negociação eletrônica de ativos de crédito privado como debêntures, CRIs e CRAs no mercado secundário. Com a aprovação, a fintech quebra um jejum de quase 40 anos desde a criação do último ambiente formal de negociação e registro de renda fixa privada no Brasil, em 1986.
A plataforma da SL Tools permitirá que investidores institucionais negociem ativos de forma totalmente digital e automatizada, com conectividade direta à clearing e funcionalidades como APIs, protocolo FIX e algoritmos de roteamento.
“Nossa solução permite a negociação eletrônica de forma simples e segura, com preços de ativos IPCA indexados à curva de juros em tempo real”, afirma Fernanda Crivelenti, head de renda fixa da SL Tools, em nota divulgada pela empresa. “Sendo um MBO, as operações realizadas aqui cumprem automaticamente a obrigatoriedade de registro eletrônico na CVM”, completa.
A SL Tools já havia sido escolhida em 2023 pelos dealers do Tesouro Nacional como uma das plataformas autorizadas para negociação de títulos públicos federais. Em julho de 2025, a fintech amplia sua atuação com a liberação para negociação também de ativos bancários como CDBs, LCAs, LCIs, Letras Financeiras e LIGs.
O CEO e cofundador André Duvivier avalia que a tecnologia da empresa tem potencial para multiplicar o volume negociado no mercado secundário: “Negociamos ativos de renda fixa privada nos moldes da década de 1980, mas, ao mesmo tempo, nossos investimentos estão disponíveis na palma da mão. Vamos resolver este gap, aumentando a eficiência das negociações e trazendo preços em tempo real com a nossa plataforma”.
Segundo dados da Anbima citados pela empresa, o mercado de crédito privado já representa R$ 640 bilhões em patrimônio dos fundos, superando ações, e o volume total de investimentos dos brasileiros em renda fixa (incluindo títulos bancários e públicos) soma R$ 6 trilhões.