Banco Santander acordou vender para o Erste 49% do capital do Santander Polska por aproximadamente 6,8 bilhões de euros e 50% do seu negócio de gestão de ativos na Polônia (TFI), que o Santander Polska não controla, por cerca de 200 milhões de euros, totalizando um valor aproximado de 7 bilhões de euros. A operação está sujeita às condições habituais desse tipo de transação, incluindo as respectivas aprovações regulatórias.
A operação, totalmente em dinheiro, será realizada a um preço de 584 zlotys por ação, o que avalia o banco em 2,2 vezes seu valor contábil tangível por ação no encerramento do primeiro trimestre de 2025, excluindo o dividendo anunciado de 46,37 zlotys por ação, e 11 vezes o lucro de 2024. Além disso, representa um prêmio de 7,5% em relação ao preço de fechamento de mercado do Santander Polska em 2 de maio de 2025, excluindo o dividendo, e de 14% em relação à cotação média ponderada por volume dos últimos seis meses. As ações do Santander Polska serão negociadas ex-dividendo em 12 de maio de 2025.
Após a operação, o Santander deterá aproximadamente 13% do capital do Santander Polska e tem a intenção de adquirir a totalidade do Santander Consumer Bank Polska antes do fechamento, por meio da compra dos 60% atualmente em posse do Santander Polska.
O fechamento dessas operações, esperado para o final de 2025, gerará um ganho líquido aproximado de 2 bilhões de euros para o Santander, o que resultará em um aumento de cerca de 100 pontos-base no índice de capital CET1 do grupo, equivalente a aproximadamente 6,4 bilhões de euros, situando o índice de capital CET1 proforma em torno de 14%.
Colaboração estratégica
Além da aquisição, Santander e Erste anunciam uma colaboração estratégica para aproveitar as capacidades de ambas as instituições em Corporate & Investment Banking (CIB), e para permitir que o Erste tenha acesso às plataformas globais de pagamento do Santander, em linha com a estratégia do grupo de se tornar a melhor plataforma aberta de serviços financeiros do mundo.
No CIB, tanto Santander quanto Erste aproveitarão suas respectivas forças regionais para oferecer soluções locais e conhecimento de seus mercados aos clientes corporativos e institucionais por meio de um modelo de referenciamento que facilitará as interações com os clientes e uma oferta ágil de serviços. Além disso, o Santander conectará os clientes do Erste com suas plataformas globais de produtos no Reino Unido, Europa e América. Ambas as instituições colaborarão como parceiros preferenciais com o objetivo de construir relações duradouras, mutuamente benéficas, que maximizem as oportunidades de negócio conjuntas.
Em pagamentos, as entidades explorarão oportunidades para o Erste, incluindo o Santander Polska após o fechamento da operação, permitindo-lhe aproveitar as capacidades e infraestrutura do Santander nesta área, que inclui o seu negócio de pagamentos PagoNxt.
A estratégia do Santander está centrada em gerar valor sustentável para clientes e acionistas, por meio de plataformas comuns em cada um de seus cinco negócios globais, o que permite oferecer a melhor experiência ao cliente com o menor custo de serviço e aproveitar a rede do grupo e suas economias de escala.
Desde que anunciou uma nova etapa na criação de valor em 2023, o Santander somou 15 milhões de novos clientes, melhorou seu índice de eficiência de 46,6% para 41,8% e aumentou seu lucro por ação em 62%.
Sobre essa venda, Ana Botín, presidente executiva do Banco Santander, comenta: “Essa operação representa um passo fundamental em nossa estratégia de criação de valor para o acionista, baseada tanto na aceleração do desenvolvimento de plataformas por meio do ONE Transformation quanto no aumento da escala do grupo em mercados com grande conectividade. O Santander obtém múltiplos muito atrativos por seu banco na Polônia, e o Erste adquire um negócio excepcional com uma equipe de primeira linha que continuará gerando valor para os clientes, colaboradores e demais grupos de interesse do Santander Polska. Destinaremos o capital gerado por esta operação de acordo com nossa hierarquia de alocação de capital, que prioriza o crescimento orgânico rentável. Prevemos destinar 50% do valor (cerca de 3,2 bilhões de euros) para acelerar até o início de 2026 a execução dos programas extraordinários de recompra de ações planejados, além de possivelmente superar a meta de recompras anunciada de até 10 bilhões de euros, dado o atrativo dessas operações aos preços atuais, sujeito a aprovações regulatórias. Agradeço especialmente a Michał e a toda a equipe da Polônia por sua extraordinária contribuição ao grupo ao longo de todos esses anos. Foi uma honra e um prazer trabalhar com vocês”.
Impacto financeiro
Após o fechamento da operação, o grupo operará temporariamente com uma razão CET1 acima da faixa-alvo (12%-13%), com a intenção de retornar progressivamente a esse intervalo reinvestindo o capital conforme as diretrizes estabelecidas em sua estratégia de capital, que prioriza o crescimento orgânico rentável e o investimento em seus negócios para obter crescimento acumulado em lucros, rentabilidade, valor contábil e remuneração.
O Santander pretende distribuir 50% do capital liberado com essa operação por meio de uma recompra de ações no valor aproximado de 3,2 bilhões de euros. Isso acelerará a concretização da meta de até 10 bilhões de euros em recompras de ações com base nos resultados de 2025 e 2026 e no excesso de capital previsto. Por isso, a meta anteriormente anunciada poderá ser superada, dado o atrativo das recompras nas valorizações atuais, sujeito à aprovação regulatória.
Espera-se que a operação tenha um impacto positivo no lucro por ação a partir de 2027/2028, graças ao reinvestimento do capital em uma combinação de crescimento orgânico, recompra de ações e possíveis aquisições complementares que atendam aos critérios estratégicos e de rentabilidade do grupo. O capital gerado permitirá ao Santander ter mais flexibilidade estratégica para investir em outros mercados onde já atua na Europa e nas Américas, com o objetivo de acelerar o crescimento, aumentar as receitas derivadas da colaboração em rede entre os cinco negócios globais e maximizar os benefícios para clientes e acionistas.
Por Pedro Pligher
Por Redacción Américas