O Patria Investimentos anunciou a aquisição de 51% da Solis Investimentos, gestora especializada em estruturação e gestão de FIDCs.
Segundo o comunicado, divulgado nesta quarta-feira (26), a parceria conecta a capacidade de originação, análise e monitoramento de crédito da Solis à plataforma de crédito do Patria na América Latina, que dispõe de capital local e global, tecnologia, governança e rede de distribuição.
Com a operação, a Solis — que administra R$ 28 bilhões em volume bruto, ou R$ 19 bilhões excluindo os investimentos de seus FICs em fundos próprios — passa a integrar a plataforma do Patria, que busca reforçar sua liderança regional em crédito em um mercado que cresce cerca de 35% ao ano.
Fundada em 2015 por Delano Macêdo e Ricardo Binelli, a Solis estruturou operações com mais de 100 originadores e se consolidou como referência na gestão de FIDCs. A gestora mantém atuação diversificada em diferentes tipos de lastro e afirma ter capacidade de disponibilizar recursos “de forma tempestiva, com risco-retorno adequado à exposição dos fundos e à expectativa de investidores e tomadores”.
Os sócios diretores continuam na liderança, e o time — com mais de 100 profissionais — permanece em suas funções, com escritórios em Fortaleza e São Paulo mantidos. O acordo prevê que o Patria integre 100% da Solis em três anos. Para investidores e tomadores, o atendimento seguirá com a equipe atual, agora apoiada pela escala e distribuição ampliada do grupo.
A Solis tem uma base diversificada de investidores, incluindo gestoras, tesourarias de bancos, family offices e outros institucionais. Estrutura FIDCs fechados, abertos e FIC FIDCs, ampliando o acesso de investidores qualificados e de varejo. Com a integração, o portfólio da gestora passa a compor a oferta do Patria, aumentando o acesso a produtos de crédito pulverizado e a soluções customizadas de funding para empresas.
“Esta aquisição é estratégica para consolidarmos nossa plataforma líder de crédito na América Latina e expandirmos, de forma relevante, nossa presença em FIDCs”, afirmou José Augusto Teixeira, sócio do Patria. Ele disse ainda que a expertise da Solis “amplia nossa capacidade de originar ativos de crédito de qualidade”. Segundo ele, o objetivo é combinar a “agilidade e a capacidade técnica” da Solis com a inteligência setorial e o acesso a capital do Patria.
Para Binelli, “a Solis é reconhecida pelo mercado como a casa dos FIDCs”, e a gestora seguirá com a mesma estratégia, agora com “potencial ainda maior para criar veículos para quem procura a segurança dos FIDCs em suas estratégias de alocação de portfólio”.
Macêdo afirmou que “o DNA da Solis que nos trouxe até aqui será respeitado e mantido” e destacou ganhos de alcance com a integração: “teremos ganhos relevantes de alcance com a integração, aliando a força do Patria no mercado a tudo que vimos construindo”.
A Solis possui mais de 120 fundos sob gestão e mais de 30 mil cotistas, tendo registrado crescimento de cerca de 45% em 2025. Nos últimos cinco anos, multiplicou por sete seu patrimônio administrado. O Patria, que já atua com FIPs e FIIs, também reforça sua presença em FIDCs e encerrou o terceiro trimestre de 2025 com R$ 44,6 bilhões em crédito, cerca de 16% dos R$ 272 bilhões sob gestão.
Segundo as empresas, a união das plataformas amplia o portfólio disponível a investidores e oferece às empresas estruturas de funding mais eficientes em um mercado de crédito em transformação.
