Os ativos geridos pelas Afores (administradores de fundos de aposentadoria) poderiam alcançar um nível de até 40% do PIB mexicano na próxima década, a partir do atual patamar de 21%, expressou Paula Espinosa, Diretora Geral de Operações Financeiras da Unidade de Crédito Público e Assuntos Internacionais da Secretaria da Fazenda e Crédito Público (SHCP) do México.
Paula Espinosa detalhou os avanços que consolidaram a solidez e segurança do sistema financeiro mexicano nos últimos anos, entre eles a poupança para a aposentadoria administrada pelas Afores, que hoje representam o equivalente a 21% do PIB, com cerca de 6,2 trilhões de pesos (310 bilhões de dólares) e que, segundo estimativas da funcionária da fazenda, poderiam alcançar o equivalente a 40% do PIB do país por volta do ano de 2035.
Durante o IV seminário de excelência Larrainvial, os participantes expressaram, entre outras posições, sua opinião sobre as Afores, os maiores gestores de recursos financeiros no mercado mexicano, e a relevância que adquiriram como fator de estabilidade para o mercado mexicano.
“A reforma das Afores do ano de 2020 é provavelmente o marco regulatório mais sólido do mundo”, expressou Carlo Lombardo, Country Head no México da Larrainvial.
As estimativas da Secretaria da Fazenda chamam a atenção, já que, segundo analistas e o próprio representante do setor das Afores, Guillermo Zamarripa, o sistema de poupança previdenciária do país já iniciou seu processo de desacumulação, embora ainda seja marginal, e a saída de recursos está longe de superar os ingressos.
O fator que explica isso é, de fato, a reforma do sistema de previdência de 2020, que aumenta, a partir de 2021 e de forma gradual até o ano de 2030, as contribuições dos trabalhadores até alcançar uma taxa de 15% do salário, a partir de um nível de 6,5% vigente quando a reforma foi aprovada.
O sistema das Afores completa este ano, de fato no próximo 1º de julho, 28 anos de vigência. Quando começou, os ativos geridos não chegavam nem mesmo a 3% do PIB mexicano, e, de fato, se mantiveram nesses níveis pelo menos nos primeiros três anos, enquanto se concluía a transferência de contas do antigo sistema para o novo das Afores.
A SHCP também destacou algumas das medidas implementadas nos anos e meses recentes para consolidar a solvência e a qualidade do sistema financeiro, que é, na realidade, o sistema alternativo que respalda a gestão dos 310 bilhões de dólares em mãos das Afores, entre outros.
Medidas como a criação de uma nova Câmara de Compensação de Dívida Interna, a modificação da lei do mercado de valores para a nova figura conhecida como Emissor Simplificado, assim como a avaliação constante de formadores de mercado e a posição fiscal relativamente sólida, consolidaram a segurança e solvência do mercado financeiro mexicano.