Depois de enfrentar um ano de 2024 abaixo da meta atuarial e déficit atuarial de seu Plano 1 (benefício definido ou BD), a Previ vem registrando resultados positivos em 2025. Mesmo diante de um cenário de forte volatilidade nos mercados globais, que impacta ativos e exige cautela no Brasil, os planos do fundo de pensão apresentaram resultados positivos e consistentes em abril.
O Plano 1 encerrou o mês com rentabilidade de 0,91% e 5,67% no ano, alcançando um superávit de 2,2 bilhões de reais (395,6 milhões de dólares) no acumulado de 2025. Esse desempenho contribuiu para a redução do déficit atuarial, que passou para 968 milhões de reais (179,4 milhões de dólares), reforçando a trajetória de equilíbrio técnico. O plano havia terminado o ano de 2024 com déficit de 3,16 bilhões de reais (568,3 milhões de dólares). Com dados de abril de 2025, o patrimônio total do plano é de 230,6 bilhões de reais (56,8 bilhões de dólares).
O Previ Futuro, da modalidade de contribuição variável (CV), também teve desempenho expressivo, com rentabilidade de 2,06% em abril. Os perfis de investimento apresentaram resultados sólidos, com destaque para o Ciclo de Vida 2060 (+2,63%) e o Agressivo (+2,62%). No ano, o plano acumula alta de 6,17%, com patrimônio de 36,6 bilhões de reais (6,5 bilhões de dólares). Somando os dois planos administrados pela fundação, a Previ acumula um patrimônio de 267,2 bilhões de reais (48,0 bilhões de dólares).
Plano de Benefício Definido
Com rentabilidade de 5,67% no acumulado de 2025, o Plano 1 mais uma vez, superou a meta atuarial em abril, cujo índice foi de 0,87% no mês e de 4,08% no ano. A carteira é majoritariamente composta por renda fixa (63,91%), que teve desempenho positivo no mês (1,02%), beneficiada pelo cenário de juros elevados.
O segmento de renda variável, com 26,88% de participação, subiu 0,67% em abril e acumula alta de 8,82% no ano. O desempenho reflete a característica da carteira, mais concentrada em relação ao Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, que avançou 12,29% no mesmo período.
Os investimentos estruturados e imobiliários, com alta de 2,81% e 0,38%, respectivamente, também contribuíram positivamente, enquanto os investimentos no exterior, impactados pela volatilidade global, recuaram 0,56%. Já os empréstimos e financiamentos, que representam 2,81% da carteira, mantiveram rentabilidade estável, conforme esperado para um segmento que, por norma, deve remunerar, no mínimo, a taxa atuarial vigente.
Plano de Contribuição Variável
Com rentabilidade de 6,17% no acumulado de 2025, o Previ Futuro superou a meta de abril (0,86% no mês e 4,04% no ano) e o CDI (0,98% no mês e 4,07% no ano) em ambos os períodos. A carteira do plano é composta principalmente por renda fixa (68,44%), que teve desempenho consistente no mês, com alta de 1,82%.
O segmento de renda variável, que representa 14,76% da carteira de ativos do plano, foi o principal destaque, com retorno de 3,89% em abril e de 11,54% no ano, praticamente acompanhando o Ibovespa. Os investimentos estruturados (+2,02%) e imobiliários (+2,73%) também tiveram bom desempenho, enquanto os empréstimos e financiamentos, que representam 10,56% da carteira, mantiveram a performance estável.
Com rentabilidade superior a 44% em 2024, os investimentos no exterior tiveram desempenho negativo de 0,44% em abril, refletindo o cenário de instabilidade dos mercados globais e o enfraquecimento do dólar. Em relação ao real, a cotação da moeda americana caiu mais de 8% em 2025.
A rentabilidade dos perfis de investimento foi sólida, refletindo a proporção de alocação em renda variável de cada um e o impacto do bom desempenho da bolsa no período. Isso demonstra que os resultados estão alinhados com o nível de risco dos perfis, o que reforça a aderência à política de investimentos e o acerto da estratégia adotada.
Destaque para o perfil Agressivo, que rendeu 2,62% em abril e soma 7,56% desde janeiro, e para o Ciclo de Vida 2060, que registrou alta de 2,63% no mês e acumula 7,61% em 2025. Todos os perfis superaram o CDI e a meta atuarial em abril e no acumulado do ano.
Cenário e perspectivas
Abril de 2025 foi marcado por extrema volatilidade na economia mundial. No dia 2, o anúncio do “dia da libertação” abalou os mercados, aumentando a incerteza dos efeitos da política americana de tarifas de importação. O temor de uma recessão global, aumento da inflação e intensificação de uma guerra tarifária causaram grandes oscilações nas Bolsas ao redor do mundo, traz trecho da Carta do Gestor da Previ publicada no dia 29 de maio.
No entanto, recuos do presidente Trump ao longo do mês reduziram o pessimismo e permitiram a recuperação dos mercados. Após uma queda de 4,5% no início do mês, o Ibovespa fechou abril com uma alta de 3,69%. Movimentos semelhantes ocorreram nos mercados de juros e câmbio, com o dólar se desvalorizando frente às demais moedas. Nesse cenário, observamos a continuação da rotação de portfólio iniciada em março, com investidores diminuindo sua exposição nas empresas americanas e realocando capital em outros países de países desenvolvidos e emergentes, continua a Carta.
A Previ segue atenta aos desdobramentos do cenário internacional e à condução da política monetária no Brasil. A estratégia de diversificação dos investimentos, aliada à gestão ativa e responsável, continuará sendo fundamental para enfrentar os desafios do mercado e garantir a sustentabilidade dos planos no longo prazo, diz o comunicado do fundo de pensão.