A Janus Henderson observou um crescimento expressivo na demanda de investidores institucionais brasileiros por ativos offshore e, em resposta, tem apresentado fundos globais estruturado como feeder fund, destinado a investidores qualificados.
O produto é distribuído em parceria com o BTG Pactual e busca atender à necessidade de soluções que combinem acesso global com uma gestão de risco avançada.
“A demanda por investimentos offshore já é uma realidade e tende a crescer à medida que os investidores reconhecem o alto custo de oportunidade associado ao viés doméstico”, afirmou Eduardo Waib, CFA, Sales Executive do EMEA & LatAm Intermediary da Janus Henderson, em entrevista a Funds Society. Segundo ele, apesar do aumento do interesse, muitos investidores locais não têm a escala necessária para montar carteiras personalizadas. “Normalmente, existe uma escala mínima para uma estrutura personalizada ser a opção mais eficiente”, explicou.
Estratégia de diversificação em três dimensões
O fundo lançado adota uma abordagem de diversificação estruturada, considerando três dimensões principais:
Transversal: diversificação entre diferentes classes de ativos (renda variável, renda fixa, commodities, entre outras);
Temporal: gestão do risco ao longo do tempo, evitando concentração em janelas específicas;
Direcional: distinção entre riscos desejáveis (volatilidade positiva) e indesejáveis (volatilidade negativa).
“Muitas soluções de investimento não apostam na diversificação completa. Algumas diversificam entre ativos. Outras preferem diversificação temporal. Quantas fazem ainda diversificação direcional?”, destacou Waib. Ele complementou: “Nem todo risco é negativo. É essencial pensar estrategicamente, separando o risco indesejável (volatilidade negativa) do desejável (volatilidade positiva).”
Gestão prospectiva de risco
A equipe da Janus Henderson utiliza uma tecnologia proprietária que avalia sinais do mercado de opções para antecipar riscos futuros. “Os riscos mudam diariamente, e o que realmente importa são as expectativas futuras desses riscos, e não os dados históricos”, afirmou Waib.
O desenvolvimento da estratégia contou com a participação de Myron Scholes, estrategista-chefe de investimentos da Janus Henderson e Prêmio Nobel de Economia de 1997, e Ashwin Alankar, gestor de portfólio. A tecnologia permite ajustar as exposições de forma dinâmica, adotando posturas defensivas quando há expectativa de aumento da volatilidade negativa e ofensivas quando se identificam oportunidades associadas à volatilidade positiva.
Solução para o investidor brasileiro
O fundo foi estruturado para atender fundos de pensão, RPPS e outros investidores qualificados que buscam uma solução integrada de diversificação internacional. Segundo Waib, a estrutura feeder facilita o acesso a mercados globais com a familiaridade de um veículo local. “Mesmo ao investir diretamente em fundos offshore, muitos investidores ainda contam com um intermediário ou uma plataforma para facilitar o acesso”, concluiu.
O fundo foi estruturado para atender fundos de pensão, RPPS e outros investidores qualificados que buscam uma solução integrada de diversificação internacional. Para muitos desses investidores institucionais, investir diretamente em fundos offshore pode envolver desafios operacionais, tributários e de governança. A estrutura feeder facilita esse acesso ao consolidar a exposição internacional dentro de um veículo local, compatível com as exigências regulatórias brasileiras, além de simplificar processos de subscrição, precificação e reporte.