A Fundação de Estudos Bursáteis e Financeiros (FEBF), em Valência, realizou em sua sede uma jornada dedicada a debater investimentos alternativos e investimento de impacto voltados a family offices. O encontro contou com a colaboração da First Drop e da Livingstone Partners, reunindo especialistas para discutir formas de diversificação patrimonial que conciliam retorno financeiro com impacto social e ambiental.
A jornada foi aberta por Isabel Giménez, diretora-geral da FEBF, lembrando como “os processos de fusões e aquisições geram valor agregado às PMEs, possibilitando seu crescimento acelerado, otimizando os recursos e preparando as equipes para o futuro”.
O evento começou com uma palestra de Neil Collen, sócio-diretor da Livingstone Partners, que analisou as perspectivas de M&A. Neil Collen afirmou que «o mercado espanhol de fusões e aquisições (M&A) está preparado para crescer em 2025, em um ambiente dinâmico e atraente para os investidores». Além disso, destacou que «espera-se que alguns setores liderem a atividade, impulsionados por sólidos indicadores econômicos e um forte apetite de investidores industriais e financeiros».
Collen ressaltou que «os principais motores de crescimento serão a estabilidade econômica, o avanço da transformação digital, as iniciativas de sustentabilidade derivadas das políticas de mudança climática e um marco regulatório favorável e estável».
Quanto aos desafios a serem considerados, advertiu sobre «as complexidades normativas em relação às revisões antitruste em setores estratégicos como bancos, telecomunicações ou infraestrutura, assim como a elevada concorrência por ativos de qualidade, que pode elevar as avaliações». Também mencionou um possível impacto das tensões geopolíticas e da volatilidade dos mercados.
Para concluir sua intervenção, Neil Collen comentou que «a Espanha continua sendo um mercado atraente para compradores estratégicos e financeiros». Além disso, observou que “a incerteza geopolítica pode se traduzir em um primeiro semestre mais lento, com possíveis ajustes nas avaliações por parte dos vendedores. Isso, por sua vez, poderia gerar oportunidades de negócios ao aproximar os preços das expectativas dos compradores”. Quanto aos setores com melhores perspectivas, Collen destacou o agrícola, o turístico, as energias renováveis e a eficiência energética.
No que diz respeito ao perfil dos operadores, Neil Collen destacou o crescente interesse de investidores internacionais na economia espanhola, impulsionado pelo ajuste nos preços, assim como dos family offices, motivados pela sucessão geracional.
Álex Valero, sócio-fundador da First Drop, iniciou sua intervenção fazendo uma revisão sobre o conceito de investimento de impacto e a rentabilidade com propósito. Enfatizou que “o impacto se mede, não se soma, mas é preciso saber como comunicar o impacto que está sendo gerado”. Acrescentou que “o objetivo a ser perseguido é transformar o futuro em investimentos que gerem valor econômico e social”.
Valero mostrou como «os números do mercado espanhol demonstram um maior apetite pelo investimento de impacto, que já representa 35% da participação de mercado, além de uma tendência crescente, com avanço anual de 15% no período 2019/23, e um retorno diferencial superior a 10 em relação às operações tradicionais, além de maior estabilidade nas due diligences e nos exits”.
A última intervenção da jornada foi realizada por Manuel Nieto, sócio-fundador da First Drop, que se concentrou em explicar a composição dos fundos que sua entidade administra. Explicou que “se concentram em companhias em estágios mais iniciais de triplo impacto, com uma metodologia de acompanhamento que reduz a incerteza e sempre com o empreendedor no centro da equação. Graças a isso, conseguem taxas de sobrevivência de 70% nas startups geridas, e rentabilidades superiores a 20%”.
Quanto ao perfil de seus investidores, Nieto destacou, como First Drop VC, que “se reparte entre 50% de investidores institucionais, e os 50% restantes distribuídos entre family offices e investidores de varejo com participações a partir de 100.000 euros. Os Family Offices e empresários se interessam cada vez mais por esse tipo de investimento não só pela rentabilidade, mas também pela tributação dos fundos e pela marca positiva que podem deixar na sociedade”.
Por sua vez, Isabel Giménez, diretora-geral da Fundação de Estudos Bursáteis e Financeiros, mostrou como desde 1990 se valoriza a praça financeira valenciana, identificando boas práticas e organizando eventos e atividades formativas para profissionalizar as equipes diretivas de PMEs valencianas, potencializar o networking e gerar investimento, com um saldo de 50.000 participantes, 1.500 alunos de pós-graduação e 33 publicações especializadas.
Por Redacción España