A Fictor, grupo de participações que atua nos setores de alimentos, infraestrutura e serviços financeiros, anunciou sua entrada no segmento de empreendimentos imobiliários. A iniciativa ocorre a partir de parcerias com a gestora Brio Investimentos e a Greystar, que atua no segmento de multifamily. O investimento será realizado por meio da unidade de negócio de infraestrutura da Fictor.
Os empreendimentos serão constituídos por imóveis residenciais voltados exclusivamente para locação, que contarão com investimentos captados através de um fundo de investimentos já existente com gestão da Brio. O fundo já possui um ativo adquirido e está em negociações avançadas para a compra de outros quatro, com previsão de investimento total nessa primeira fase de R$ 250 milhões. Os investimentos são destinados para a operação de aproximadamente 700 unidades residenciais que serão geridas pela Greystar.
A parceria estratégica firmada entre as três empresas visa a oferta de apartamentos de médio padrão mobiliados ou semi mobiliados para locação. As primeiras unidades serão inauguradas até 2027, na zona central de São Paulo. A Fictor vê potencial significativo no mercado de multifamily no Brasil, especialmente nos grandes centros urbanos, afirmando que a parceria se insere em um cenário promissor.
“Combinamos uma demanda crescente no mercado residencial com a solidez da Brio Investimentos na área real estate e a força da marca Greystar no desenvolvimento e gestão de imóveis de geração de renda, buscando viabilizar projetos que respondam à necessidade atual de moradia de qualidade acessível à classe média. Esse movimento é estratégico para diversificar nossos investimentos e consolidar nossa presença nesse segmento”, afirma Abelardo Sá, Diretor de Energia e Infraestrutura da Fictor.
Segundo dados de 2024 da plataforma de inteligência imobiliária Siila, a cidade de São Paulo conta com apenas 9 mil unidades, enquanto Santiago, no Chile, já soma mais de 46 mil unidades para uma população. E a capital chilena possui pouco mais da metade da população de São Paulo.
Nesse cenário, o mercado brasileiro ainda tem um vasto espaço para crescimento, especialmente diante das mudanças geracionais e das dificuldades econômicas que tornam a locação uma alternativa cada vez mais atrativa para a classe média, diz comunicado da empresa.
“Nosso objetivo é desenvolver um portfólio de ativos em regiões estratégicas, com acesso facilitado ao transporte público e um tíquete de ocupação compatível com a renda da classe média. O cenário macroeconômico reforça essa tese, uma vez que o custo elevado do financiamento e o aumento dos preços dos imóveis dificultam a aquisição para essa faixa de renda, tornando o aluguel a melhor opção”, comenta Rodolfo Senra, Sócio Fundador da Brio Investimentos.
Além da localização estratégica no centro de São Paulo, o primeiro projeto do portfólio se beneficiará de incentivos fiscais e da alta demanda por moradia em função da ampla oferta de emprego na região e entorno.
“Nossa experiência global no desenvolvimento e na gestão de ativos residenciais para locação nos permite entregar projetos de alto valor agregado, que se adaptam continuamente às expectativas dos moradores. Esse modelo integrado é um pilar essencial para o sucesso dos nossos empreendimentos no Brasil”, diz Vitor Costa, Country Manager da Greystar.
O projeto aposta no atendimento da demanda por imóveis pela classe média. “A classe alta continua capitalizada e sendo compradora de imóveis, já o público de baixa renda conta com os programas subsidiados para compra de imóveis como o Minha Casa Minha Vida. No final do dia é a classe média que fica desamparada. A combinação de baixa poupança, alto custo do financiamento e aumento de preço resulta em menor affordability (capacidade de compra do imóvel). Por isso optamos por oferecer imóveis para locação para esse público”, complementa Senra.
No pipeline, a Brio Investimentos conta com ativos em negociação que ultrapassam R$ 1 bilhão de investimento total somente na cidade de São Paulo. O portfólio terá como requisito a seleção de localidades com fácil acesso ao transporte público e perspectiva de tíquete de aluguel e taxas em um total de R$ 2 mil a R$ 4 mil para o locatário.