Os fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês) consolidaram espaço na indústria de fundos brasileira entre agosto de 2024 e julho de 2025, alcançando a segunda posição em captação líquida entre as categorias mais tradicionais.
Segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), no período, os ETFs receberam entradas de R$ 5,8 bilhões. O volume só foi superado pelos fundos de renda fixa, que lideraram com R$ 96,3 bilhões.
Foram lançados 23 novos fundos de índice no intervalo analisado, elevando o total para 127 — crescimento de 22%.
Comparação com outras classes
A captação líquida dos ETFs superou a dos fundos de previdência, que somaram R$ 4,4 bilhões, e a dos cambiais, que registraram R$ 634,2 milhões. Os fundos de ações e multimercados, por sua vez, tiveram resgates de R$ 75 bilhões e R$ 320 bilhões, respectivamente.
“Os ETFs são uma classe de produtos consolidada em mercados desenvolvidos e ainda têm amplo espaço para expansão no Brasil. Diversificação e taxas competitivas são seus principais atrativos”, afirma Pedro Rudge, diretor da Anbima.
A maior parte dos recursos se concentrou nos ETFs de renda fixa, que receberam R$ 4,1 bilhões. Já os fundos de índice de renda variável atraíram R$ 1,7 bilhão.
Expansão do mercado
O avanço vem acompanhado da sofisticação do mercado local. Hoje, já existem ETFs que investem em ativos no exterior, que combinam estratégias de renda fixa e variável e que distribuem dividendos — modalidade autorizada pela B3 desde 2023. Também há BDRs de ETFs, replicando índices internacionais para ampliar a diversificação disponível aos investidores no Brasil.
Perfil dos investidores
O número de contas que investem em ETFs chegou a 1,1 milhão em junho de 2025, alta de 29% em 12 meses.
Entre investidores pessoas físicas, há 236 mil contas: 131,2 mil no varejo alta renda, 105 mil no varejo tradicional e 468 no private.
Os maiores aplicadores, no entanto, são outros fundos de investimento, que somam 698 mil contas. Dentro desse grupo, 181,8 mil contas pertencem a corretoras que compram ETFs em nome de clientes, e 418 contas estão no segmento de empresas.