A Crown, emissora da stablecoin BRLV, concluiu, nesta segunda-feira (8), uma rodada Série A de US$ 13,5 milhões liderada pela Paradigm, empresa global de criptoativos focada em pesquisa e investimentos em estágios iniciais.
Este é o primeiro aporte da Paradigm em uma companhia brasileira desde sua criação em 2018. Segundo a gestora, o setor de criptomoedas está promovendo transformações técnicas e econômicas que envolvem o sistema financeiro, o dinheiro e a infraestrutura da internet.
Com o novo investimento, a Crown passa a valer US$ 90 milhões. A empresa afirma que busca consolidar-se como infraestrutura institucional para um real digital seguro, transparente e programável. A BRLV já superou R$ 360 milhões em subscrições, tornando-se, segundo a companhia, “a maior stablecoin de mercados emergentes”.
Stablecoins são versões digitais de moedas fiduciárias, integralmente lastreadas em reservas, usadas como base para pagamentos e liquidação on-chain. No Brasil, a Crown desenvolveu um modelo de real digital lastreado 100% em títulos públicos federais, interoperável com Pix, sistemas bancários e mercados offshore, operando em liquidez contínua.
“Com uma infraestrutura institucional, auditada e alinhada à regulamentação do Bacen, somos a primeira stablecoin do mundo a conceder aos holders garantia real sobre as reservas que lastreiam o token”, afirma John Delaney, CEO e cofundador da Crown. “Isso significa que, mesmo em cenários extremos, o usuário tem proteção jurídica plena sobre os ativos que garantem o BRLV.”
A estrutura da Crown foi desenhada para atender instituições financeiras, exchanges e plataformas de tokenização. “Desde o início, buscamos parceiros de referência no mercado tradicional, como Atmos Capital e Citrino, para validar que nossa infraestrutura atendesse plenamente às exigências de players institucionais de primeira linha”, diz Delaney.
Marcelo Cabral, sócio da Citrino, afirma que a gestora acompanhava o desenvolvimento do blockchain, mas via limitações institucionais para sua expansão. “Esse cenário mudou com os recentes avanços regulatórios, que abriram espaço para uma adoção mais ampla.
A Crown se destaca nesse novo momento: combina um time excepcional com uma infraestrutura sólida e regulada, posicionada no segmento mais maduro da tecnologia”, afirma.
O time fundador da Crown inclui John Delaney (CEO), Vinicius Correa (Engenheiro Principal), Vitor Makoto (Founding Engineer) e Alex Gorra (Head de Ecossistema). A equipe executiva foi reforçada com Bruno Passos (COO) e Tatiana Rezende (CFO). A empresa é assessorada pelo escritório Pinheiro Neto Advogados e conta com consultoria de André Lara Resende, um dos formuladores do Plano Real.
A Crown iniciou operações há poucos meses, após lançar a BRLV e captar US$ 8,1 milhões em rodada seed liderada por Framework Ventures, Valor Capital Group, Coinbase Ventures, Norte Ventures, Paxos e Edward Wible, cofundador do Nubank. Wible integra o board da empresa e acompanha o desenvolvimento da infraestrutura desde os primeiros meses.



