O mercado de ETFs ativos na Europa está a caminho de alcançar 1 trilhão de dólares americanos em 2030, segundo 42% dos investidores profissionais entrevistados em um novo estudo encomendado pela Janus Henderson. As conclusões indicam que esse crescimento será impulsionado pela adoção de inovadores ETFs “ativos básicos” e “ativos de alta convicção”.
Em seu último relatório*, a Janus Henderson destaca que a evolução desse mercado tem sido impressionante: o mercado europeu de ETFs ativos mais que dobrou de tamanho desde o início de 2024, superando os 70 bilhões de dólares americanos em ativos sob gestão, e uma parte significativa dos investidores profissionais espera que esse setor alcance 1 trilhão de dólares americanos em 2030.
Segundo a análise da gestora, os ETFs ativos estão ganhando espaço em nível global, já que metade de todos os ETFs lançados no primeiro semestre de 2025 são ativos, o que evidencia uma mudança mundial em direção a estratégias de investimento ativas. Além disso, os ETFs “ativos básicos” lideram a adoção na Europa, sendo considerados por muitos investidores como substitutos das exposições passivas a índices, enquanto os ETFs “ativos de alta convicção”, que se concentram em carteiras concentradas por meio de pesquisas profundas, são vistos como alternativas potenciais aos fundos de investimento tradicionais.
No entanto, na opinião de Michael John Lytle, diretor de Inovação de Produtos da Janus Henderson, para liberar o potencial de crescimento desse setor dinâmico é necessário alinhar a oferta às necessidades dos investidores.
Ritmo de crescimento aumentará
O mercado europeu de ETFs ativos superou 70 bilhões de dólares em ativos sob gestão neste verão, mais que o dobro desde o início de 2024. Segundo os dados, os ETFs ativos representam apenas 2,7% do mercado europeu de ETFs, mas 74% dos investidores profissionais esperam que essa fatia alcance 5% até o final do próximo ano.
Em nível global, o ritmo de crescimento do setor de ETFs ativos é surpreendente. Na primeira metade de 2025, 50% de todos os ETFs lançados no mundo eram ativos, segundo a consultoria ETFGI. Olhando para o futuro, quase 60% dos entrevistados esperam que a maioria dos ETFs lançados em 2026 seja ativa.
“Metade dos investidores profissionais espera que 10% de sua alocação em ETFs seja destinada a estratégias ativas no próximo ano. Isso representa uma mudança radical para o setor como um todo e tem o potencial de beneficiar significativamente os investidores em termos de eficiência e liquidez”, apontam da gestora.
Popularidade dos ETFs “ativos básicos”
Até agora, a adoção na Europa tem sido liderada pelos ETFs “ativos básicos”, que apresentam baixo erro de acompanhamento em relação a um índice de referência e frequentemente se concentram em estratégias baseadas em índices aprimoradas por pesquisas. A maioria dos investidores entrevistados (72%) considera que esses ETFs substituem suas exposições passivas baseadas em índices existentes.
Por outro lado, a adoção dos ETFs “ativos de alta convicção”, baseados em pesquisa fundamental profunda para desenvolver carteiras mais concentradas, tem sido até agora mais lenta. No entanto, 66% dos entrevistados consideram que os ETFs ativos de alta convicção são substitutos potenciais das exposições tradicionais a fundos de investimento, o que sugere um importante espaço para crescimento.
Evolução das alocações
Quando foram questionados sobre como acreditam que mudarão as alocações de fundos em ETFs ativos nos próximos 12 meses, 96% indicaram que estas aumentarão entre 25% e 75%. Os aumentos previstos sugerem uma confiança crescente nas estratégias de gestão ativa. Essas estratégias buscam aproveitar a experiência dos gestores de fundos para navegar em ambientes de mercado complexos e alcançar retornos ajustados ao risco superiores.
Essa tendência reforça a crescente importância dos ETFs ativos nas carteiras de investimento modernas. À medida que os investidores continuam buscando formas de otimizar suas carteiras, os ETFs ativos estão destinados a desempenhar um papel fundamental em suas estratégias de investimento durante o próximo ano.
Segundo os dados da gestora, 80% dos entrevistados declararam ter exposição à renda fixa por meio de ETFs ativos, enquanto 58% utilizam ETFs ativos de renda variável. Os resultados da pesquisa ressaltam o uso estratégico dos ETFs ativos para alcançar carteiras de investimento diversificadas.
O protagonismo da renda fixa indica uma forte inclinação para estabilidade e geração de renda, enquanto a participação em alternativas (55%) sugere uma abertura a vias de investimento inovadoras. Essas ideias podem servir de base para futuras estratégias de gestão de ativos e ofertas de produtos de ETFs ativos, alinhando-as às preferências dos investidores e à dinâmica do mercado.
Alinhar a oferta de ETFs
Segundo a visão da gestora, a inovação mais dinâmica no âmbito dos ETFs ocorre no lado ativo. “Mas para aproveitar todo o seu potencial, serão necessários produtos que se ajustem de perto ao que os investidores buscam. Acreditamos que uma gama bem desenhada de ETFs ativos baseados em conhecimento, que ofereçam exposições tanto básicas quanto de alta convicção, tem o potencial de trazer o melhor da gestão ativa para os investidores, com a eficiência e a liquidez da estrutura dos ETFs”, explicam da Janus Henderson.
Janus Henderson Investors encomendou à empresa de pesquisa de mercado Pureprofile a entrevista de 100 investidores profissionais que trabalham para fundos de pensão, family offices, gestores de patrimônio e gestores de ativos de seguros no Reino Unido, Alemanha, Suíça, Itália, França, Suécia, Noruega e Finlândia, com um total de 781,5 bilhões de dólares americanos em ativos sob gestão. A pesquisa foi realizada em junho de 2025.