A B3 anunciou, na última sexta-feira (31), o início dos testes homologatórios do sistema de duplicata escritural, etapa prevista no cronograma do Banco Central. O objetivo é validar a estrutura tecnológica e operacional que permitirá à bolsa atuar como entidade escrituradora de duplicatas, fortalecendo o mercado de crédito.
Nos próximos quatro meses, serão realizados testes funcionais e não funcionais para avaliar as plataformas desenvolvidas pela B3. As simulações incluirão o cadastro de participantes, a escrituração de duplicatas — desde a criação até a liquidação —, o registro de contratos de negociação e atos cambiais, além de avaliações de capacidade, monitoramento e continuidade de negócios. Também haverá testes integrados com outras instituições que participarão do novo sistema.
Após a conclusão dessa fase e a validação por auditoria independente, a B3 deverá receber autorização do Banco Central para operar como escrituradora de duplicatas. Em 2026, está prevista a fase de operação assistida, quando as empresas poderão negociar duplicatas na modalidade escritural.
“A B3 é líder no registro de duplicatas e conta com a maior base de dados do mercado. Estamos construindo uma plataforma completa e robusta com objetivo de oferecer um ambiente ágil, transparente e seguro para a negociação de duplicatas escriturais, incluindo soluções inteligentes agregadas, que irão trazer mais oportunidades de negócios para os nossos clientes”, afirma Humberto Costa, diretor de Produtos e Estratégia de Balcão da B3.
Segundo a empresa, a duplicata escritural representa a evolução da duplicata mercantil, com benefícios como rastreabilidade do status do título, reforço da segurança jurídica e aceite digital com presunção de validade. O modelo também se integra a instrumentos de pagamento como boletos e Pix dinâmicos, buscando maior eficiência na jornada de crédito.
A B3 atuará como escrituradora e registradora, oferecendo recursos como solidez operacional, suporte técnico dedicado, integração com ERPs e plataformas, e governança de dados com rastreabilidade.
“O segmento de duplicatas movimenta cerca de R$ 10 trilhões por ano no Brasil e apenas 10% desses títulos emitidos são negociados. Estamos prontos para liderar essa transformação e desenvolver novas oportunidades de crédito para o mercado com as duplicatas escriturais”, concluiu Costa.
