A BlackRock Brasil anunciou, nesta quinta-feira (26), em conversa com jornalistas, o lançamento de dois novos ETFs, na próxima segunda-feira (30).
A medida se dá após um hiato de 11 anos sem novos produtos. Agora sob o comando de Bruno Barino, que assumiu como CEO em outubro do ano passado, a gestora anunciou novas estratégias para o Brasil e novos produtos.
Equal Weight & CAP5
Segundo Barino, eles são baseados num tendência global. “Começamos a complementar nossa grade. Temos hoje o BOVA11, ETF mais líquido do Brasil. É um case de sucesso histórico, com R$ 11 bilhões de volume (…) agora vemos uma evolução no mercado de ETFs e queremos suportar essa transição no Brasil”, diz.
De acordo com o CEO, um dos ETFs, EWBZ11, é focado em ‘equal weight’: “Se são, por exemplo, cem ações, todas vão ter 1%. Temos isso em relação ao S&P e teremos agora em relação ao Ibovespa”.
O produto vai replicar o índice Bovespa BR+ Equal Weight B3, que inclui os ativos do Ibovespa e BDRs de empresas brasileiras listadas no exterior, com ponderação igual entre os emissores. “Isso proporciona maior equilíbrio entre as empresas da carteira e dilui o peso das companhias de maior valor de mercado”, afirma a gestora.
“Alguns clientes não querem a mesma concentração das empresas da bolsa. Vimos aqui um outro tratamento de índice”, diz sobre o novo produto.
O outro ETF, CAPE11, tem uma estratégia ‘CAP5,’ limitando o peso máximo de qualquer ação a 5% do índice. Isso significa que, mesmo que uma empresa tenha um valor de mercado elevado, sua participação no índice não excederá esse limite.
O ETF acompanha o índice Bovespa BR+ 5% Cap B3, que também reúne ações do Ibovespa e BDRs de companhias brasileiras listadas internacionalmente, mas com um limite máximo de 5% por emissor. “Pegamos os excessos das maiores e distribuímos no final”, afirma.
Barino diz que os novos produtos tem tido “uma aceitação bem maior da esperada. “Fizemos roadshow com assets e fundos de pensão, a aceitação tá sendo bem maior do que eu imaginava. Tenho visto que o investidor brasileiro está amadurecendo em relação a esse produto. Agora que estamos evoluindo”.
Financial Market Adviser
A BlackRock Brasil também trouxe uma nova área de consultoria para desenvolvimento de projetos. Barino cita como exemplo a participação da gestora no plano Vision 2030 da Arábia Saudita, que visa desenvolver a economia local. Por lá, a gestora trabalha com o Fundo de Investimento Público em uma plataforma de investimento de US$ 5 bilhões para desenvolver os mercados de capitais e destacou o potencial do Reino como um centro financeiro global.
“Como que você desenha um projeto? Como que você torna ele atrativo? (…) essa é uma vertente que estou trazendo para o Brasil e que espero ver resultados em breve”, diz.
Soluções para Single-Family Offices e MFOs
Segundo Barino, a gestora também tem feito um novo trabalho junto aos Single-Family Offices e Multi-Familly Offices. Antes focávamos só em produtos, mas agora temos focado em entender o modelo operacional que cada um tem. Tem alguns players que tem um nível de sofisticação igual ao da tesouraria de algum banco. Outros, tem apenas duas ou três pessoas. Então, estamos próximos para vender soluções.