A Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias), responsável por representar mais de 90% do volume negociado na B3, aprovou na última quinta-feira (13) um novo estatuto social que marca uma mudança estrutural significativa na atuação da entidade.
A partir de agora, a associação poderá exercer funções de autorregulação e admitir novas estruturas de mercado, incluindo bolsas de valores, como associadas.
Com as alterações, a Ancord deixa de representar exclusivamente corretoras e distribuidoras e passa a se posicionar como uma entidade com papel institucional ampliado. O objetivo é acompanhar as transformações do sistema financeiro e as novas formas de intermediação.
“Este é um marco na história da indústria de intermediação. A Ancord passa a ter a capacidade de criar e fiscalizar padrões de conduta, fortalecendo a transparência e a ética do setor, além de abrir as portas para novas plataformas de negociação que possam competir e inovar no mercado brasileiro”, afirmou Rafael Furlanetti, presidente do Conselho de Administração da Ancord.
Entre as inovações, o novo estatuto cria novas categorias de associadas, permitindo o ingresso de Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (PSAVs) e entidades administradoras de mercado organizado, o que inclui potenciais novas bolsas de valores, commodities e ativos digitais.
Com a prerrogativa de autorregulação, a Ancord poderá definir e aplicar regras próprias de conduta, complementando a regulação estatal. O modelo segue práticas adotadas em praças financeiras como Nova York e Londres, onde entidades autorreguladoras têm papel relevante no desenvolvimento e supervisão do mercado.
“O novo estatuto reforça o compromisso da Ancord com a evolução institucional do mercado brasileiro. Estamos construindo as bases de um ecossistema mais dinâmico, seguro e aberto à inovação”, completou Furlanetti.
Segundo a entidade, nas próximas semanas serão divulgados detalhes sobre a implementação das novas diretrizes e o cronograma de adaptação para as associadas.
Por Pedro Pligher
