O Índice Global de Inclusión Financiera 2025 revela que o progresso rumo a uma maior inclusão financeira se estabilizou após dois anos consecutivos de melhorias. A pontuação mundial se encontra em 49,4 de 100, uma leve queda de 0,2 ponto em relação a 2024, embora muito acima dos 41,7 registrados em 2022, quando o índice elaborado pela Principal Financial Group e pelo Centre for Economics and Business Research foi lançado.
O estudo, que analisa a evolução da inclusão financeira em 42 mercados, mede como os governos, os sistemas financeiros e os empregadores contribuem para o acesso a produtos e serviços financeiros. Em sua quarta edição, o relatório mostra uma tendência de “meseta” nos avanços globais, influenciada por um contexto de tensões geopolíticas, incerteza comercial e pressões econômicas.

Os governos assumem a liderança diante da retração dos empregadores
O relatório alerta para uma queda global no apoio dos empregadores, cuja pontuação caiu 0,6 ponto. No total, 35 dos 42 mercados (83%) registraram retrocessos nesse indicador, refletindo como a instabilidade econômica e os riscos comerciais levaram as empresas a adotar posturas mais conservadoras em benefícios e flexibilidade laboral.
No entanto, à medida que os empregadores recuam, os governos e os sistemas financeiros intensificaram seu papel. A pontuação de apoio governamental aumentou 0,6 ponto em nível mundial, com melhorias em todas as principais regiões. Paralelamente, os sistemas financeiros também mostraram avanços, especialmente na América do Norte, Europa e Oriente Médio, onde a digitalização e o desenvolvimento das fintech impulsionaram a inclusão.
Tecnologia e educação, chaves para o progresso
A tecnologia continua sendo um motor essencial. Os países que investiram em pagamentos instantâneos e marcos de open banking lideram os avanços. Cingapura lidera pelo quarto ano consecutivo o ranking global, seguida por Hong Kong, Suíça, Coreia do Sul, Suécia, Dinamarca, Estados Unidos, Tailândia, Austrália e Reino Unido.
O estudo também destaca o papel da educação financeira como fator determinante do bem-estar econômico. Segundo os modelos do índice, um aumento de 1% na alfabetização financeira está associado a uma redução de 2,8% nos inadimplentes de empréstimos e a uma diminuição de 6,7% na relação dívida/renda das famílias, com efeitos positivos no crescimento do PIB a longo prazo.
Estabilidade, mas sem complacência
Embora o relatório conclua que a inclusão financeira global se estabilizou e não reverteu os avanços anteriores, alerta que o progresso futuro “não está garantido”. As condições de crédito mais rígidas, a volatilidade dos mercados e as tensões políticas podem continuar limitando a capacidade dos atores privados de apoiar a inclusão.
O desafio, segundo o Cebr, passa por reforçar a cooperação entre governos, instituições financeiras e empresas, aprofundar as reformas estruturais e consolidar a educação financeira como política de Estado para manter o impulso rumo a uma economia mais equitativa e resiliente.



