Os investidores institucionais e os gestores de patrimônios acreditam que o mercado de inteligência artificial (IA) está prestes a experimentar uma mudança radical. É o que revela uma nova pesquisa mundial realizada com fundos de pensão, gestores de ativos de seguradoras, family offices e gestores de patrimônios, que possuem um total combinado de 1,183 trilhão de dólares em ativos sob gestão. O estudo revela que quase todos os entrevistados (99%) afirmam concordar com essa opinião. A pesquisa foi encomendada pelo gestor de fundos Robocap — o principal investidor em valores cotados de robótica, automação e IA.
Mais de um quarto (28%) dos investidores e gestores de patrimônios entrevistados concordam totalmente que os avanços revolucionários em potência computacional, big data e modelos de nova geração provocarão uma explosão de investimento em automação impulsionada por IA, medicina de precisão, sistemas autônomos e governança ética de IA, e quase três quartos (71%) concordam parcialmente com essa opinião.
O Dell’Oro Group prevê que a IA pode gerar mais de 1 trilhão de dólares anuais em gastos com infraestrutura relacionada à IA em centros de dados empresariais e na nuvem nos próximos quatro anos, e estima-se que o investimento global em data centers cresça a uma taxa anual composta (CAGR) de 24% até 2028. O estudo conclui que mais da metade (55%) dos entrevistados espera que o mercado de IA atinja um tamanho global entre 2,53 e 3 trilhões de dólares em 2033, enquanto 44% afirmam que ficará em torno de 2,53 trilhões.
Por sua vez, o Boston Consulting Group estima que o mercado global de robótica estará avaliado entre 160 bilhões e 260 bilhões de dólares em 2030. Quase metade (49%) dos investidores profissionais e gestores de patrimônios entrevistados acredita que o mercado de robótica terá um valor entre 385 e 390 bilhões de dólares em 2033; 42% afirmam que estará entre 383 e 385 bilhões; 5% acreditam que ficará em torno de 383,89 bilhões; e 4% estimam um valor entre 390 e 400 bilhões de dólares.
Apesar das fortes previsões de crescimento do mercado em escala global, 35% dos investidores institucionais e gestores de patrimônios entrevistados concordam totalmente e 65% concordam parcialmente que a regulamentação no Reino Unido e na União Europeia sobre IA e robótica é demasiadamente rígida, o que tem freado a criatividade e a inovação. Isso contrasta com outros mercados, como Estados Unidos e China, onde uma legislação mais flexível beneficiou as principais empresas de IA e robótica sediadas nessas regiões.
Embora acreditem que a regulamentação tenha sufocado a IA e a robótica no Reino Unido, os entrevistados demonstraram alguma preocupação em relação a esses mercados. Oito em cada dez investidores pesquisados estão preocupados com a privacidade e segurança de dados, enquanto quase três quartos (71%) estão preocupados com a vulnerabilidade tecnológica e a possibilidade de que a IA seja hackeada ou manipulada, destacando a crescente importância da cibersegurança.
Dois terços dos entrevistados afirmam que o que mais preocupa é que sistemas autônomos de IA tomem decisões sem intervenção humana, enquanto 61% se concentram na possibilidade de ocorrerem deslocamentos de postos de trabalho e impacto negativo no emprego.
Outros 59% se inquietam com as implicações éticas e o possível uso indevido da IA; 58% acreditam que a tecnologia poderia ser usada negativamente para fins de vigilância ou controle; 45% se preocupam com consequências não intencionais e riscos imprevistos do uso da IA; 42% se concentram nos impactos sociais incertos de longo prazo; e quase um quinto (18%) teme o potencial da IA de superar ou ultrapassar capacidades humanas.
Jonathan Cohen, fundador e CIO da Robocap, declarou: “Já vimos um enorme crescimento nos setores de IA e robótica e, dados os grandes avanços em potência de cálculo, big data e modelos de IA, concordamos que haverá uma explosão de investimento na próxima década. O universo de investimento em IA e robótica não para de crescer e exige toda a atenção de uma equipe de investimento especializada nesse campo em rápida expansão”.
Por Pedro Pligher
Por Redacción España