Os fundos de pensões mexicanos, os mais grandes do ecossistema com ativos que já superam os 8 trilhões de pesos (aproximadamente 421.052 milhões de dólares), estão chamados a ser a alavanca do desenvolvimento do país nas próximas décadas.
Durante o Encontro Amafore 2025, o evento mais importante do setor no ano, autoridades do país, gestores de investimentos e administradores dos fundos de pensões mexicanos coincidiram em apontar a grande oportunidade que o México tem para dar «o grande salto econômico», e o papel estelar que as Afores deverão desempenhar nos próximos anos.
«Uma lição que aprendemos consiste em que o México não pode crescer apenas com gasto governamental, precisamos impulsionar o investimento privado para a criação da infraestrutura necessária que permita ao país fomentar o crescimento», disse María del Carmen Bonilla, subsecretária da Fazenda, durante a inauguração do evento.
A funcionária destacou as virtudes que a economia mexicana possui atualmente, com disciplina fiscal e uma política monetária eficiente do Banco do México, que permitiu manter a estabilidade por vários anos. «um momento inigualável», expressou.
«As Afores, com sua visão de investimento de longo prazo, são o mecanismo ideal de financiamento que nosso país necessita para impulsionar o desenvolvimento; para o ano de 2050 calculamos que os ativos dos fundos de pensões do país poderiam alcançar até 50% do PIB, desde os atuais 22%, e queremos maximizar esses recursos para benefício dos trabalhadores, além de lhes dar a certeza requerida pela regulação», disse na ocasião David Razú, diretor-geral da Afore XXI Banorte, a instituição que administra o maior fundo de pensões da América Latina.
Por sua vez, Gerardo Esquivel, economista do Colégio do México e subgovernador do Banco do México no período de 2019 a 2022, explicou a relevância dos fundos de pensões para a economia mexicana nos próximos anos.
Destacou de maneira especial a consolidação da poupança interna como pilar para o desenvolvimento do país, algo que há pouco mais de duas décadas não se antecipava ou se esperava para um prazo mais longo. O economista disse que o país pode crescer em um ritmo mais acelerado se aumentar o investimento privado por meio dos fundos de pensões.
No entanto, também explicou que o grande problema do México é a informalidade, com uma taxa de entre 52% e 54% da População Economicamente Ativa (PEA), o que reduz a margem de manobra para a economia; é um grande desafio e uma grande oportunidade se as autoridades presentes e futuras conseguirem resolvê-lo ou fazer algo para reduzir a problemática.
As Afores, administradoras dos fundos de pensões do México, os maiores do país e vários deles se destacando no âmbito latino-americano, realizam seu evento anual, com foco no papel das Afores no desenvolvimento nacional.



