O preço do ouro começou a se recuperar no ano passado, em um contexto em que tanto bancos centrais quanto investidores buscaram ativos de refúgio diante do aumento das tensões geopolíticas e da incerteza econômica. Enquanto muitos aproveitaram para comprar, outros optaram por vender aproveitando os preços elevados. O relatório da BestBrokers, elaborado a partir de dados do Conselho Mundial do Ouro do primeiro trimestre de 2025, revela que a Polônia manteve sua liderança como principal compradora mundial ao adquirir 48,6 toneladas de ouro entre janeiro e março de 2025.
Segundo explica o relatório, esse número representa quase a metade de suas compras totais de 2024, que alcançaram 89,5 toneladas. O banco central polonês, Narodowy Bank Polski (NBP), acelerou de forma notável a acumulação de reservas, muito provavelmente motivado por sua proximidade geográfica com o conflito entre Rússia e Ucrânia. No fechamento do primeiro trimestre, a Polônia soma um total de 496,8 toneladas de ouro, avaliadas em 53,1 bilhões de dólares segundo o preço de 9 de maio, que se situou em 3.324,55 dólares por onça.
O documento também destaca o Azerbaijão, que em março incorporou 18,7 toneladas de ouro ao Fundo Estatal do Petróleo (SOFAZ), após não ter realizado compras nos dois meses anteriores. Com isso, suas reservas alcançaram 165,3 toneladas, o que representa 25,8% de seus ativos. A China, por sua vez, comprou 12,8 toneladas durante o primeiro trimestre do ano, um número inferior às 15,3 toneladas adquiridas no último trimestre de 2024. Embora possa superar as 44,2 toneladas acumuladas no ano passado se mantiver esse ritmo, suas compras ainda estão longe do recorde de 224,9 toneladas alcançado em 2023.
O Cazaquistão, que em 2024 liderou as vendas de ouro, mudou de estratégia em 2025 e retomou a acumulação com 6,4 toneladas adquiridas no primeiro trimestre. Em contraste, o Uzbequistão liderou as vendas com uma desinvestimento líquido de 14,9 toneladas, depois de ter comprado 8,1 toneladas em janeiro e vendido 11,8 em fevereiro e 11,2 em março. Em seguida vieram a República Quirguiz e a Rússia, com vendas de 3,8 e 3,1 toneladas, respectivamente.
Já os Estados Unidos continuam sendo o país com a maior reserva nacional de ouro, com 8.133,46 toneladas em forma de lingotes e moedas. No entanto, a Suíça se destaca por ter a maior quantidade de ouro per capita: 115,19 gramas por habitante, equivalentes a 3,70 onças troy ou 37 moedas pequenas de 0,1 onça.
Se a Polônia mantiver o ritmo atual, poderá duplicar suas compras de 2024, reforçando ainda mais sua posição como principal compradora mundial. Já a Turquia caiu para o sexto lugar no ranking de 2025 após adicionar apenas 4,1 toneladas no primeiro trimestre, o que representa uma redução de 15,5 toneladas em relação ao trimestre anterior. A Índia mostra uma tendência semelhante, com apenas 3,4 toneladas compradas entre janeiro e março, o que representa uma queda de 19,1 toneladas frente ao fechamento de 2024 e a coloca na sétima posição.
Além da Polônia, Azerbaijão, China e Cazaquistão, outros países que reforçaram suas reservas no primeiro trimestre de 2025 foram a República Tcheca (5,1 toneladas), Turquia (4,1), Índia (3,4), Catar (2,9), Egito (1,4) e Sérvia (0,9).
Quanto aos vendedores, o panorama mudou significativamente em relação a 2024. Países como Filipinas, Cazaquistão e Singapura, que lideraram as vendas no ano passado, não figuram na lista atual. Em seu lugar, o Uzbequistão lidera as vendas, seguido pela República Quirguiz, Rússia, Mongólia e Alemanha, estes últimos com desinvestimentos mais moderados de aproximadamente 200 quilos cada um.