A M&G nomeou Charles de Quinsonas como responsável pela Dívida de Mercados Emergentes (EM Debt), parte do negócio de renda fixa da M&G avaliado em 138 bilhões de libras, após a decisão de Claudia Calich de se aposentar depois de mais de três décadas nos mercados. Além disso, a M&G designou Carlos Carranza como gestor sênior de fundos de dívida de mercados emergentes, que se juntará à empresa em outubro, vindo da Allianz Global Investors.
Segundo a gestora, Charles possui mais de 15 anos de experiência em dívida de mercados emergentes, com uma trajetória de uma década gerenciando diversos fundos de dívida soberana, corporativa e mista, respaldado por uma sólida experiência em crédito high yield, um ativo-chave neste segmento onde muitos emissores possuem classificações abaixo do grau de investimento. Sua formação em análise fundamentalista de crédito lhe permitiu identificar oportunidades e gerir riscos em mercados complexos e menos eficientes, particularmente no segmento high yield de dívida corporativa emergente, onde uma rigorosa seleção de crédito é essencial para detectar valor e evitar inadimplência. “Graças a essa abordagem, a equipe conseguiu oferecer consistentemente um desempenho sólido para os clientes”, destacam.
Por sua vez, Carlos Carranza, especialista em América Latina com mais de 20 anos de experiência em investimentos, se juntará à gestora em outubro. Ele iniciou sua carreira como analista de dívida de mercados emergentes no JP Morgan em 2005, onde permaneceu até 2021. Na Allianz Global Investors, foi peça-chave nas estratégias de investimento em mercados emergentes, incluindo o desenvolvimento de modelos macroeconômicos e ESG específicos por país, a identificação de ideias de investimento com alta convicção e o aconselhamento na construção de portfólios.
Segundo informado, na M&G, Carranza irá gerir estratégias de dívida soberana em moeda local e forte, aproveitando sua experiência em taxas de juros locais, moedas e dívida soberana.
Quanto à saída de Claudia Calich, a gestora destaca que toda sua carreira foi focada na dívida de mercados emergentes e, desde que fundou a capacidade de investimento nessa área na M&G em 2013, o negócio cresceu até se tornar uma plataforma de 5 bilhões de dólares, apoiada por uma equipe de especialistas em dívida emergente. “As habilidades e experiências combinadas da equipe permitiram navegar com sucesso os últimos seis meses, em que os mercados emergentes estiveram no centro das atenções devido às tarifas dos EUA, o que gerou maior volatilidade e incerteza”, destacam da gestora.
Principais avaliações
Com esse anúncio, Andy Chorlton, diretor de Investimentos do negócio de renda fixa da M&G, comentou: “Charles demonstrou consistentemente sua expertise em investimentos ao longo da última década, gerenciando fundos de dívida soberana, corporativa e mista de mercados emergentes na M&G. Sua colaboração de 12 anos com Claudia e sua contribuição para o crescimento da equipe garantem uma continuidade na liderança de nossas estratégias de mercados emergentes. Essa nomeação reflete nosso planejamento de sucessão, o que permite à equipe continuar navegando com sucesso por essa parte dinâmica do universo de renda fixa e entregar um desempenho superior aos nossos clientes. Com Claudia, não nos despedimos apenas de uma gestora de fundos excepcional, mas de alguém profundamente comprometida com formar e guiar a próxima geração de talentos em investimentos. Sentiremos muito sua falta; agradecemos imensamente sua contribuição, não apenas à M&G, mas a toda a indústria, e desejamos o melhor em sua aposentadoria”.
Sobre sua trajetória na gestora, Claudia Calich destacou que, durante suas três décadas na City e em Wall Street, o universo da dívida de mercados emergentes passou por uma profunda transformação, deixando de ser um nicho com ativos problemáticos para se tornar um segmento dinâmico e diverso da renda fixa. “Foi um prazer trabalhar com Charles e com a equipe. Seu conhecimento do setor e sua capacidade como investidor são incomparáveis, e sua liderança sem dúvida levará a equipe a novos sucessos”, afirmou.
Por sua vez, Charles de Quinsonas, novo responsável pela Dívida de Mercados Emergentes, destacou a figura de Claudia. “Ela foi uma investidora inspiradora e uma mentora com um legado duradouro, graças à sua orientação e apoio inestimáveis. Tenho orgulho em assumir a liderança da equipe em um momento tão empolgante e desejo a ela o melhor nesta nova fase fora dos mercados financeiros. Estamos ansiosos para dar as boas-vindas a Carlos na M&G, que possui grande experiência na gestão de portfólios tanto na América Latina quanto em mercados emergentes em geral, o que será uma grande contribuição para a equipe”, afirmou.
Na sua visão, diante de um cenário cada vez mais volátil dominado por fatores geopolíticos, a dívida de mercados emergentes representa uma oportunidade para os investidores que buscam diversificação e rentabilidade, especialmente à medida que muda a percepção sobre o excepcionalismo norte-americano. “A combinação de fundamentos sólidos e um novo contexto global fortaleceu muitas economias emergentes, ajudando essa classe de ativos a recuperar atratividade e desafiar antigas ideias sobre sua fragilidade — apesar das tensões comerciais e dos riscos geopolíticos. Agora, mais do que nunca, os investidores devem olhar além dos mercados tradicionais para aproveitar o potencial das economias emergentes”, acrescentou De Quinsonas.