Trilhões de reais no exterior, buscando alocação de patrimônio em canais de tecnologia sofisticado, a Avenue prevê uma grande transformação nos investimentos offshore por brasileiros num futuro próximo.
O tema foi pauta da segunda edição do Avenue Connection, que começou nesta quarta-feira (16), em São Paulo, com foco no avanço da internacionalização dos investimentos no Brasil, impulsionada pela transição geracional de patrimônio.
O tema central do evento foi a “Diáspora Patrimonial”, conceito que guiou os debates sobre alocação global, mudança de perfil do investidor e novas estruturas de assessoria financeira.
Na palestra de abertura, Daniel Haddad, Chief Investment Officer da Avenue, destacou a urgência da diversificação. “Estamos diante de uma diáspora patrimonial real. Esse capital precisa ser planejado com visão de longo prazo e diversificação geográfica”, afirmou. Segundo ele, “investir no exterior não é mais uma escolha entre alternativas, mas sim uma composição necessária para preservação de patrimônio diante da perda de poder de compra da moeda local”.
A avaliação parte de um dado do UBS, que estima que US$ 124 trilhões devem mudar de mãos até 2048 no maior movimento de transferência de riqueza da história. O Brasil aparece como o segundo maior mercado nesse processo, com US$ 9 trilhões em transição.
Roberto Lee, CEO da Avenue, afirmou: “Estamos vivendo apenas o início do que chamo de uma grande diáspora patrimonial brasileira. Queremos liderar esse movimento, transformar o mercado e construir aqui, finalmente, uma alocação estrutural no exterior. É algo que terá impacto por décadas”. Segundo ele, a mudança será impulsionada pelas novas gerações. “Para eles, assessores de investimento que não conseguem oferecer produtos no exterior são irrelevantes”.
Lee também compartilhou dados sobre o perfil dos investidores da plataforma. Até 2023, mais de 80% tinham menos de 45 anos, sendo que cerca de um terço estava na faixa dos 18 aos 30 anos. “Esses jovens investidores estão fazendo seus primeiros aportes diretamente em empresas listadas nos Estados Unidos. Em vez de acumularem suas poupanças em ações da Petrobras, estão investindo em companhias como Nvidia, Tesla, Google e Coinbase”, afirmou.
Outro destaque do evento foi a defesa do modelo fee-based de assessoria, em que o profissional é remunerado por um percentual do volume investido. “Não sei se no próximo ano ou em dois, mas o fee-based será dominante por aqui. Para nós, isso já é estratégico no dia a dia, e estamos construindo toda a infraestrutura para sermos o melhor parceiro de quem quer liderar essa mudança”, disse Lee.