O interesse dos investidores pelas atividades vinculadas à defesa cresce. Segundo os dados coletados pela Morningstar Direct, os fundos europeus voltados para esse setor receberam 8,7 bilhões de dólares em entradas de capital no que vai de 2025. “Um salto impressionante frente aos apenas 599 milhões de 2024, o que evidencia um forte incremento no apetite dos investidores”, aponta Kenneth Lamont, Principal Manager Research na Morningstar.
Segundo explica o especialista, a Europa não é o único catalisador para esses fluxos, os Estados Unidos também o são. O Senado aprovou oficialmente o que o ex-presidente Trump denominou sua “Grande e Bela Lei” que, entre outros aspectos, propõe um grande aumento nos gastos com defesa. “A lei propõe um aumento de 150 bilhões de dólares nos gastos com defesa, o que impulsiona ainda mais um setor já aquecido devido às crescentes tensões no Oriente Médio”, aponta Lamont.
Lamont destaca que, enquanto as ações do setor de defesa sobem, a lei representa mais problemas para os fabricantes de veículos elétricos e baterias. “Espera-se que o corte de incentivos fiscais afete duramente o setor. Os fundos europeus focados em baterias e mobilidade do futuro já registraram saídas de 485 milhões de dólares no que vai do ano, e este último acontecimento sugere que o sofrimento está longe de terminar”, acrescenta o especialista da Morningstar.
Defesa: a nova grande temática
Os dados da Morningstar Direct mostram que em janeiro de 2025, os fluxos passaram de negativos a positivos dentro da temática de defesa. No que vai do ano, março foi o mês em que os fundos mais captaram dinheiro, alcançando mais de 2,8 bilhões de euros em entradas. À espera de ver como evoluem esses fundos, destaca-se que em junho captaram outros 2 bilhões de euros.
Como consequência do interesse dos investidores, ao longo do ano, assistimos a numerosos lançamentos de veículos e estratégias voltadas para a defesa. Agora bem, quais fundos lideram esses fluxos? Se focarmos nos seis primeiros meses do ano, destacam-se cinco fundos segundo os fluxos recebidos: o WisdomTree Europe Defence ETF; o VanEck Defense ETF; o Future of Defence ETF; o Finserve Global Security; e o iShares Global Aerospace & Defence ETF. Sem dúvida, chama atenção que os ETFs sejam a principal opção dos investidores para sua exposição a essa temática.
A liderança da WisdomTree nesse sentido é clara: seu ETF centrado na defesa europeia se tornou a ferramenta de referência para uma exposição específica e responsável. De fato, o WisdomTree Europe Defence UCITS ETF (WDEF), lançado em 11 de março de 2025, superou os 3 bilhões de dólares em ativos sob gestão apenas três meses após começar a ser negociado.
“Superar a marca dos 3 bilhões de dólares valida ainda mais a convicção dos investidores na transformação de longo prazo do setor de defesa na Europa.
O WDEF foi o primeiro ETF do mundo focado na defesa europeia, e se tornou a solução de referência para quem busca uma exposição específica e responsável ao setor de defesa da região, em um contexto em que os governos europeus aumentam o investimento em capacidades estratégicas, impulsionados ainda pelas novas diretrizes de gastos da OTAN”, destaca Adrià Beso, diretor de Distribuição para a Europa na WisdomTree.