A estratégia de crédito privado dos produtos da XP Asset têm privilegiado a alocação defensiva e a redução do prazo médio dos ativos das carteiras no mercado brasileiro. “Temos preferido uma posição mais conservadora tanto nos setores em que alocamos quanto no prazo médio. Então, fizemos uma diminuição dos prazos compatível com a redução de horizonte de investimentos”, disse Fábio Rodrigues de Oliveira, Gestor de Crédito Privado e Renda Fixa da XP Asset, em apresentação ocorrida no 14º Seminário de Investimentos nas EFPC. O evento é realizado pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) em São Paulo nos dias 28 e 29 de maio.
A opção pela alocação defensiva é tomada com base na análise dos cenários global e doméstico e as perspectivas para os próximos meses. “Infelizmente nosso horizonte de investimentos ficou significativamente mais curto. Expressamos essa visão pelos setores que escolhemos. Essa fase de transição deve durar pelo menos até outubro do ano que vem. Acreditamos que é pouco provável que tenhamos algum endereçamento das questões fundamentais antes da eleição”, complementa Oliveira.
O Economista da XP Asset, Fernando Genta, explicou que o cenário global atual continua fortemente impactado pelas iniciativas tarifárias da nova gestão do governo de Donald Trump. Uma das consequências é que se tem verificado a tendência de diversificação dos investimentos para mercados além dos EUA.
Também presente ao evento, Genta anotou o enfraquecimento do dólar como um dos principais indicadores da mudança de cenário e a consequente desconcentração dos ativos para diversos mercados ao redor do mundo. Outros indicadores são a queda da Bolsa americana e o aumento da curva longa de juros dos títulos americanos – todos fatores originados em 2025 com a mudança da política tarifária da nova gestão da Casa Branca.
Fernando Genta apontou ainda a tendência de aumento da pressão inflacionária da economia dos EUA e a perspectiva de manutenção do atual nível de juros pelo FED (Federal Reserve). Ele prevê a possibilidade de apenas um corte de juros em 2025. “Provavelmente veremos mais um ano sem corte de juros expressivos pelo FED”, disse. Mesmo assim, ele mantém a previsão que a atividade econômica dos EUA continuará pujante, bem como a alta do mercado de trabalho naquele país.
Economia brasileira
O Economista da XP Asset apresentou uma retrospectiva da evolução do PIB doméstico, lembrando que o Brasil vem crescendo acima do esperado desde 2020. Citou o baixo impacto das reformas estruturais dos governos anteriores sobre o crescimento econômico e mostrou que os fatores de maior impacto têm sido, na verdade, o aumento de programas como o Bolsa Família e dos benefícios da Previdência e BPC.
A pergunta que todos se fazem é: quando o Banco Central vai começar a cortar os juros? Um dos fatores a serem considerados é que a inflação continuará pressionada. Apesar do atual nível da Selic aos patamares altíssimos comparados aos de 2006, a perspectiva é que o ciclo de corte não deve acontecer antes da eleição do ano que vem. Os gestores da XP Asset consideram que o cenário eleitoral não favorece a mudança da política econômica antes da definição do próximo pleito presidencial.
E quem vencer as eleições, independente de quem seja, terá um desafio grande para endereçar a questão do teto de gastos e da dívida pública. Em todo caso, é esperado que o próximo governo deve tomar a direção correta para equilibrar novamente os gastos públicos.